Posso dizer que nasci em Pacatuba, em vez de Fortaleza?

Na semana passada, o Leonardo Igor, meu amigo, estudante de jornalismo, me pediu para escrever uma crônica sobre a minha relação com a cidade de Pacatuba, para o site Da Serra Pra cima, projeto desenvolvido por ele e os colegas de faculdade. Achei massa, e aceitei o desafio. Saiu um texto muito bacana. Talvez, você se identifique (risos). Ah, o título é Onde você nasceu? Vou deixar de lero-lero, confira!

Cidade natal, em outras palavras, significa onde você nasceu? Essa é uma das perguntas que sempre me questionei. Posso responder que nasci em Pacatuba, em vez de Fortaleza? A questão se apoia no velho ditado que diz “mãe é quem cria”. Desta forma, a cidade natal é a que me criou, metaforicamente, sim. Confesso não expor essa explicação em todas as respostas, mas é certo que conscientemente nunca nasci na capital cearense.

Qual o motivo? São vários, e o que parece vergonha passa longe dessa impressão. A identificação com a natureza, é a justificava. O contato diário que a visualização da serra permite, na porta de casa, não se compara ao trânsito infernal de pessoas e veículos. A paixão pela cidade onde fui criado é um amor confirmado na adolescência, momento em que tive o primeiro contato com as trilhas.

A família me levou para passar um fim de semana em um sítio. Desconhecia toda beleza interna que os meus olhos contemplavam de longe. A experiência foi incrível! Pude compreender como a vida era tão calmaria nesse lugar. O tempo e a água fria me causaram felicidade plena. Isso se confirmou quando a vida adulta chegou, e conheci Fortaleza.

Quem mora em uma cidade e depende de outra para realizar atividades de trabalho ou estudo, pode concordar comigo. Quando presenciei uma multidão de gente, automóveis, prédios e infinitos lugares de entretenimento, é aqui que eu quero morar, pensei. Engano! Mais tarde a saudade da minha terra acionava a minha falta de sossego. Percebi que por ali eu havia nascido, mas a 30 quilômetros anteriores algo contrariava o meu RG.

Os colegas de trabalho foram os primeiros a se impressionarem com a distância. Já os amigos de faculdade, a intensa curiosidade de saber o que havia de tão bom no meu endereço. A resposta era fácil, até porque surgia a oportunidade de convidar. Vamos conhecer? Pode ser, algum dia, é muito longe, respondiam. Não levei muito tempo pra conquistá-los.

As mídias sociais me ajudaram a explicar que sentimento era esse. Através das fotos, a vista panorâmica de uma serra imensa, as águas correntes nas cachoeiras, as piscinas naturais, os açudes, tudo se transformavam em likes, reações e comentários nas publicações. A aparência virtual ganhou sentido porque muitos conheceram o meu habitat, detalhe, reconheceram as minhas palavras.

A paz que eu preciso é real, encontrei, e tem feito diferença por onde passei. A Serra da Aratanha é uma confirmação de como a vida é imensa em seus bens imateriais. Antes que eu seja julgado por colocar Fortaleza em segundo plano, afirmo que também gosto do inferno, mas a preferência me destina a um município pequeno, com mais de 80 mil habitantes, entre eles, alguém que faz questão de dizer “eu sou daqui”, de Pacatuba.

Obs: Passa lá na página do meu amigo, basta clicar aqui “daserrapracima“. Tá muito legal. Você confere mais conteúdo sobre Pacatuba, e as cidades de Guaiúba e Maranguape.

Por Darlyson Déles

Publicado por pacaonline

O Paca Online é um portal de notícias sobre Pacatuba.

Deixe um comentário