Para os pacatubanos, Baixinha, para o Brasil, Paca. Esse é o apelido esportivo de Rosilene de Souza Marques, a artilheira que fez sucesso na década de 90, ocupando quadras, conquistando muitas medalhas e troféus. Hoje, Rosilene mora e trabalha em Chapecó, Santa Cantarina, como preparadora física do Clube de Futsal Feminino Female. Em 2015, atuou preparando o time da Seleção Brasileira de Futsal Feminino. No ano passado, também deu a sua contribuição para a categoria de universitárias.
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O interesse pela bola surgiu na escola, com apenas sete anos, já participava dos jogos acadêmicos. “Segundo a minha mãe, em vez de boneca era bola”, afirma. O momento oportuno chegou junto com muitas dificuldades para participar de campeonatos. “Nos anos 90, a gente não tinha um acesso grande como tem hoje em termos de competições e espaços abertos para mulheres”, compara. A primeira oportunidade surgiu aos 19 anos de idade, quando participou de um campeonato em Fortaleza.
“Eu só jogava na região com a Vânia e o Osmar. Eles tinham um time na cidade. Meu pai não queria liberar, e a minha mãe é que se virava nos trinta pra que eu fosse participar”, lembra. Para o Osmar Guimarães, ex-treinador do Guarani, “ela era craque, craque mesmo. De repente, destacou-se e foi embora. Dormia de quinze a vinte meninas na minha casa, quando íamos jogar em outras cidades”.
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Rita acompanhava alguns jogos da filha. “Quando ela ia jogar por aqui, eu ia ver, eu sentia tanto medo, porque chamavam ela de ‘Baixinha’, e como ela era danada, pegava na bola mesmo, o povo empurrava, eu tinha medo dela quebrar uma perna, um braço”, explica. A mãe coleciona várias premiações, fotos e matérias de jornais impressos. Após participar do campeonato em Canindé, Rosilene foi convidada para a equipe Liga Expressão, que lhe colocou no Campeonato Cearense. Logo, surgiram outras propostas que lhe renderam destaque nacional, saindo até em jornais de grande circulação.
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Com tanta história, a pacatubana reúne diversos momentos na vida. “Em 2003, eu morava em Pacatuba, treinava em Fortaleza. Eu ia e voltava todo dia, jogava e trabalhava. Tinha o sonho de fazer faculdade, minha família não tinha condições de pagar. De repente, todo mundo atrás de mim, eu vi que ali eu poderia conciliar e ter a minha formação acadêmica”. Questionada sobre o enriquecimento no esporte, respondeu “eu nunca vi o esporte pra eu ganhar dinheiro. Eu vi como meio pra que eu tivesse uma formação, então acho que isso me ajudou muito no desdobrar de conhecer o mundo”, afirma.
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E hoje, depois de muitas experiências? “Sou preparadora física da equipe de Chapecó, sou técnica de uma equipe de futsal feminino e masculino adulta da maior equipe da empresa Aurora Alimentos, além de trabalhar como preparadora física da Associação Female Futsal. E tenho uma clínica que trabalho como personal trainer”, completa. Rosilene sempre reserva um tempo para retornar à Pacatuba, visitar a família e os amigos. Essa entrevista foi realizada em janeiro, na casa de sua mãe, Rita.
Por Darlyson Déles
Matéria massa, cara. Grande história! Continua “caçando” por aí hehe
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