Dia do Orgulho LGBT: Professora transexual, de Pacatuba, relembra como superou preconceitos

Hoje, 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBT, Paca Online conta a história da pacatubana Erikah Souza Alcântara, professora transexual que explica como conquistou tantos títulos de ensino superior e as suas aprovações em concursos públicos superando os preconceitos. Com 31 anos de idade, Erikah Alcântara tem em seu currículo grandes formações conquistadas entre desafios de ser mulher trans. “Todos nós vivemos momentos difíceis em nossas vidas, porém, alguns sentem mais na pele do que outros, ser mulher transexual é quebrar tabus impostos pela sociedade, é desconstruir falas e comportamentos e, tudo isso causa muita dor, principalmente, porque as pessoas não te respeitam dentro de sua individualidade”, explica. A mãe de Erikah foi uma grande amiga que lhe dava muita força. “Minha mãe sempre foi, quando viva, minha maior incentivadora e protetora. Me defendia de tudo e de todos”, lembra.

Erikah conta que desde sempre se enxergava de forma diferente das demais crianças, nunca se sentiu à vontade usando roupas masculinas e com 13 anos começou o seu processo de transição. Desde cedo, também, a menina que se via como uma grande mulher, buscou suas realizações profissionais. Em 2009, concluiu a primeira formação superior em Administração pela Faculdade de Tecnologia do Nordeste (Fatene), sendo bolsista 100% do Programa Universidade para Todos (Prouni). Em 2012, cursou Matemática pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), em seguida, se formou também em Pedagogia. Iniciou o curso de Letras-Inglês na UECE, mas devido às ocupações, teve que trancar o curso.

Erikah tem ido muito mais longe, tendo cursado duas pós-graduações, uma em Gênero e Diversidade na Universidade Federal do Ceará (2018) e outra em Gestão e Coordenação Escolar na Faculdade Integrada do Brasil (Faibra), em 2014. Hoje, possui aprovações em concursos públicos para professora, nos municípios de Itaitinga, Maranguape e Maracanaú. Atualmente, leciona a disciplina de matemática, nas duas primeiras cidades, nas turmas do 6º e 9º ano.

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Do lado direito, a professora Erikah Alcântara e os alunos da rede de ensino municipal de Maranguape. Imagem: Reprodução Facebook

Questionada sobre preconceitos na atuação profissional, responde “muitas vezes somos colocadas em situações constrangedoras, coisas que acontecem dentro da escola, de um preconceito enraizado historicamente”. Sobre o preconceito com a comunidade LGBT, apesar de todas as conquistas, “nada melhorou, o atual cenário é de retrocessos e de muita intolerância”, aponta. Erikah acredita que “a sociedade pode contribuir sendo mais tolerante e respeitosa, tendo mais empatia pelo outro”, conclui.

Para os seus alunos, a professora faz questão de informar sobre ser mulher trans. “Eu falo o que eles têm que saber, porque sou mulher transexual e professora deles e que o respeito vai predominar sempre!”, afirma. Mesmo com tantos títulos, Erikah Alcântara não para de buscar capacitação profissional. “Estou tentando entrar no mestrado, tenho um dia corrido, mas vamos tentando e conseguindo vencer cada etapa no tempo certo”, encerra.

Publicado por pacaonline

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